Frango com pequi, o prato do cerrado

Receita de frango com pequi na telha

Guariroba, jurubeba, baru, araticum. Frutos do Cerrado, que apesar de saborosos, não podem ser comparados ao “piqui” como o fruto é chamado em Goiás. O sabor peculiar, o aroma, a cor e a forma de comê-lo são tão próprios que causam opiniões controversas. No melhor estilo ame-o ou deixe-o, o pequi desperta amores e rancores. Mas é sem dúvida uma unanimidade.

O  jeito certo de comer pequi é com as mãos. De preferência as duas para os mais inexperientes. Não há espaço pra frescuras! Para saboreá-lo é preciso amor, paciência e parcimônia. Um ato de entrega à fatal lambança causada pela cremosidade da polpa amarelo-ouro. Serve como condimento, acompanhamento, tempero e, graças à sua composição, substitui a carne nas mesas menos abastadas. “Come-se o pequi puro, com arroz, frango, farinha e até leite”, descreve Larissa.

Encontrar pequi em São Paulo não é tão simples. No Mercado Municipal sempre há conservas de polpa e em pasta. Mas in natura somente em sacas no Ceagesp.

Como visto, Larissa Januário, do blog Sem Medida, tem um caso de amor com o pequi. “Gosto de roer as bolinhas carnudas e amarelas desde que a vida me deu dentes. Roer sim. Porque o pequi não se come, se rói”, diz ela.  Por isso, nada mais justo que homenagear a culinária goiana com esse clássico. Confira a receita da Larissa de Frango com Pequi servido na telha:

Frango com pequi

Ingredientes

  • 1 kg de cortes de frango com osso e pele (de preferência caipira)
  • 1 litro de piqui (lá no Goiás o piqui é vendido em latas de óleo de 1 litro)
  • 4 espigas de milho verde (cortadas em rodelo ou em debulhado na faca)
  • Sal a gosto
  • Pimenta de bode a gosto
  • Pimenta-do-reino moída
  • 4 dentes de alho
  • Cheiro verde (salsinha e coentro) a gosto
  • 1 limão cravo
  • 1 colher (de café) de açafrão da terra

Preparo

Amasse o alho, a pimenta e um pouco de sal. Essa é a base de 10 entre 10 refogados caseiros goianos (a pimenta de bode é mais cheirosa que ardida. Mas para quem não tem hábito pode ser forte, para evitar excesso dispense as sementes). Tempere os cortes de frango com a mistura e com o açafrão da terra. Regue com o suco do limão. Deixe descansar um pouco pra acentuar o tempero. Aqueça uma caçarola com um fio de azeite e coloque os cortes de frango para dourar com a pele virada para baixo. Quando estiver dourado escorra o excesso de óleo.

Em outra panela coloque o pequi para cozinhar com um pouco de sal, uma pimenta de bode inteira e cubra com água. Deixe-os cozinhar até que o molho engrosse e eles se tornem mais amarelos e coma polpa macia (passe o garfo, se ela sair com facilidade está no ponto). Caso queira usar o milho verde em rodelas (de até cinco centímetros de espessura) o ideal é cozinhá-las junto com os piquis.

Despeje o piqui com o caldo no frango. Se a opção for o milho em grãos pode agrega-lo nesse momento. Deixe cozinhar até que a carne fique macia, mexendo o mínimo possível, mas sem deixar que o molho seque totalmente. Caso seque antes da carne atingir o ponto, acrescente um pouco de água quente. Mas cuidado, a ideia é ter um molho encorpado e um tanto untuoso. Salpique o cheiro verde para finalizar. Sirva com arroz branco.

 

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